26 anos ou mais.

Que a vida é feita de momentos, todo mundo sabe.

Talvez seja a pré crise de 27 anos, talvez seja só o café com outro sabor, ou mesmo a mudança da forma com a qual a gente encara a vida.
Acho que no “fim” a gente começa a se conhecer melhor, a entender mais claramente e agir de acordo com o que sente e não de acordo com o que se precisa. E no meio de um emaranhado de sentimentos, de Confúcio, de Sócrates, de Platão, de Epicuro a gente chega aonde?

Chega na calmaria, na nova casa, nos novos desejos, no novo cliente, no novo possível amigo, pura e simplesmente no novo. E o novo assusta, confunde, te pega de jeito e te surpreende! Será que tá tudo certo? Será que estou satisfazendo? Será que poderia ser melhor? Sempre pode ser melhor.
Eu que estou na 10ª mudança de cidade já deveria estar no mínimo, preparada pra tudo o que vem junto. Mas os tempos são outros, as responsabilidades, também. Quão mais fácil era ser inocente, dar tchau ao amigo e com pesar (real) no coração, continuar trocando cartas com ele sem cobrança, sem maldade, sem individualismo. As coisas mudaram, a sociedade mudou, e as cobranças se tornaram maiores, de atenção, de igualdade e de egoísmo. Me pergunto até onde vai os deveres e os direitos de uma pessoa? O dever de querer o bem e o direito de falar o mal?

Chega uma hora em que você pára, presta atenção e vê que fala demais, age de menos, se magoa sozinho, esconde os sentimentos, espera pra amanhã, cultiva aquilo que não faz mais sentido e fica preso ao que não é real. Afinal de contas, quem é você agora, hoje? A gente muda e o mundo – de fato – muda com a gente. Cada um escolhe a prioridade em sua vida, e eu, tenho decidido cada vez mais optar por aquilo e aqueles que me fazem bem, e só. E sim, ainda sim, há dificuldade nisso. Porque as pessoas se acostumam com aquilo que você um dia foi, e que lá na sua base (base espada – como chama o Eneagrama) você ainda é, porém, de forma completamente diferente.

“A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.”
Epicuro