Devaneios.

O que é risco pra você?

Pra mim bem sei. Corro o risco de ser amada e me tornar eternamente responsável da mesma forma que corro o mesmo risco de não ser tão querida e igualmente não esquecida. A gente tem uma enorme carga sobre aquilo que se é feito, pela palavra dita, pela atitude não tomada, pelo sim correspondido e pelo não mal falado. Achamos que as pessoas possuem uma espécie de bola de cristal e que com ela adivinham tudo o que esperamos não só dela, mas do mundo todo. Temos uma capacidade incrível de agir sem pensar duas vezes, de falar sem necessidade e de calar quando o momento é de estar. Temos inclusive, um dom para dar palpite na vida alheia e uma dificuldade imensa em agir como tal no seu próprio estilo de viver. E daí a gente sempre espera. Espera a ligação que achou que iria receber, a saudade que alguém deveria estar sentindo, o medo que você supostamente estaria causando ao se ausentar, a palavra que queria ouvir negando a intenção de outra, o obrigada ao executar uma gentileza, o reconhecimento ao terminar uma tarefa.

Eu espero tanta coisa boa que – opa – eu posso me frustrar? Péra lá! Eu posso me frustrar de qualquer maneira. Então por que não fazer diferente e esperar o melhor sempre? Espero porque acredito nas pessoas ainda. Em mim mesma, inclusive.  Acredito que aquela pessoa que me tratou mal um dia me tratará tão melhor do que eu possa imaginar na próxima vez, que aquele que hoje não está tão presente na minha vida, estará quando o destino assim o quiser. Daí eu arrisco… arrisco um sorriso meio torto, de iniciativa. Arrisco estender a mão (sem essa de dizer que eu não espero nada em troca, eu espero) e ajudar, arrisco perder alguma coisa pra de repente encontrar outra. E no arriscar que considero risco ganho muito sentimento em troca, ganho experiência, ganho atitude e ganho também algumas marquinhas no coração que logo passam. Alguma coisa afinal além do amor, é eterno? Arrisco também engolir em seco, absorver o que eu escuto e compreender que não sou melhor do que ninguém e que minhas opiniões nem sempre agradam a todos. Mas olhe só que interessante: quem disse que alguém me pediu opinião?

Por fim, sabe… As vezes eu choro sem muito porque, as vezes eu rio como maluca e por muitas outras vezes experimento um turbilhão desconhecido de maturidade com insegurança. Os dias tem sido tão menores do que as ações que temos que tomar, o amigo que queremos ver, o parente que queremos ligar e dizer “olá, como vai?”, o amigo que precisamos do colo, a receita que ficou anotada na última folha da agenda, a bicicleta que após escolhida com tanto carinho encontra-se parada na garagem… Vamos lá!

Hoje sou responsável muito além de mim mesma, hoje carrego uma imagem para os meus avós, para meus pais, para meus irmãos, para meu namorado e para meus amigos. E quem disse que eu não me importo? Me importo, sim. Eles são meu espelho, neles há tudo o que eu gostaria de ser e ainda melhor, há tudo o que me completa. Não há nada melhor nessa vida do que ter orgulho de ter alguém do teu lado, e não importa a idade, saber que você deixou alguém feliz é no mínimo ter alegria sem prazo de validade. 

Corra o risco, você só tem a ganhar porque mesmo quando perde, ganha alguma coisa.

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Arrisque-se! Toda vida é um risco. O homem que vai mais longe é geralmente aquele que está disposto a fazer e a ousar. O barco da ‘segurança’ nunca vai muito além da margem. – Dale Carnegie

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  1. Mais uma vez parabéns! Sábias palavras…
    Critique mais, falo por mim, cresço sempre com você!!!